terça-feira, 12 de outubro de 2010

Lucas, a zebrinha só

Eu não esperava mais encontrar uma boa notícia nos jornais naquele dia.
As folhas, recheadas de denúncias de corrupção, escândalos, negociatas, mortes, violência.
Virando as páginas, encontrei uma foto que mostrava uma zebrinha, ao lado de outro animal, de pelagem um tanto estranha.
A zebrinha chamava-se Lucas, e estava em um zoológico, trazida para ser atração, tirada de sua família. Virou atração, mesmo. Mas, sozinha, sem nenhum ser da mesma espécie, entrou em depressão, porque os animais também sentem a dor da solidão.
A solução encontrada pelo veterinário foi pegar uma jumenta branca e pintá-la com listras negras, com carvão, e colocá-la junto de Lucas, que adorou a ideia de ter a companhia de alguém da mesma espécie.
História tocante esta.
Que todas as pessoas também pudessem ter sua solidão amenizada por uma presença, por um amigo.
Quantos idosos contam os dias pela presença de seus filhos, que nunca vem?
Possuindo apenas objetos para distrair a imensa solidão a que foram condenados!
Existe uma geração de egoísmo imperando sobre todos.
Os mais jovens, se escondem dela, achando que tem muitos amigos.
Quando, na verdade, na primeira adversidade, se veem sós.
Mal do século XXI, a depressão, a solidão em meio à multidão.

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