segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O tempo

Acordei hoje com os olhos voltados nas fronteiras do tempo.
Borboletas amarelas esvoaçavam em torno de uma árvore. Parecia que tudo estava em sintonia.
A nostalgia me invade e isto significa que não há sintoma.
Mesmo na calmaria, existe uma inquietação. O vento balança a árvore de flores amarelas e borboletas amarelas.
Me perguntei: temos vivido momentos felizes e singelos, como ter sentado, numa infãncia remota, em uma mesa com muita comida gostosa, com familiares falando histórias de tempos idos e que marcaram a ferro e fogo minhas lembranças atuais?
Elas acabaram?
Por que a sensação de felicidade só aprece depois de ter passado?
Hoje estes tempos felizes.
Eu era feliz ou não, hoje não tem importância, a felicidade prevaleceu sobre as coisas que incomodavam.
E esta melancolia que sinto hoje, que parece tão enorme, no futuro me lembrarei dela?
Desperdiçamos alegrias por causa de tristezas pequenas e mesquinhas, esquecendo o prazer maior de viver.
Esquecer as mazelas da vida é viver cada minuto porque eles ficarão na memória.
Até nossas maiores decepções parecerão poéticas, além do momento, além do momento e deixarão saudades.
"A vida é um caminho que se faz ao andar."
Acrescento: não há retorno para este caminho, só experiências acumuladas.

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